
Salvador é uma importante cidade brasileira, capital do estado da Bahia e primeira capital do Brasil. Seus habitantes são chamados de soteropolitanos, gentílico criado a partir da junção dos nomes Gregos de sotero (que significa o salvador) e pólis (que por sua vez, é cidade) em grego Soterópolis, ou seja, cidade do Salvador.
Situada na Microrregião de Salvador é a terceira cidade mais populosa do Brasil (2.673.560 habitantes) pela estimativa de 2005, depois de São Paulo e Rio de Janeiro. A Região Metropolitana de Salvador tem cerca de 3,3 milhões de habitantes. A superfície do município de Salvador é de 709 km² (fonte: IBGE) e suas coordenadas a partir do marco da fundação da cidade, no Fortaleza de Santo Antonio são 13° sul e 38° 31' 12'' oeste. Centro econômico do estado - é porto exportador, centro industrial e turístico, tem diversas universidades e uma base naval.
A região, antes mesmo de ser fundada a cidade, já era habitada desde o naufrágio de um navio francês, em 1510, de cuja tripulação fazia parte Diogo Álvares, o Caramuru. Em 1534, foi fundada a capela em louvor a Nossa Senhora da Graça, porque ali viviam Diogo Álvares e sua esposa, Catarina Paraguassu. Em 1536, chegou na região o primeiro donatário, Francisco Pereira Coutinho, que recebeu capitania hereditária de El-Rei Dom João III. Fundou o Arraial do Pereira, nas imediações onde hoje está a Ladeira da Barra. Esse arraial, doze anos depois, na época da fundação da cidade, foi chamado de Vila Velha. Os índios não gostavam de Pereira Coutinho por causa de sua crueldade e arrogância no trato. Por isso, aconteceram diversas revoltas indígenas enquanto ele esteve na vila. Uma delas obrigou-o a refugiar-se em Porto Seguro, com Diogo Álvares; na volta, já na Baía de Todos os Santos, enfrentando forte tormenta, o barco, à deriva, chegou à praia de Itaparica. Nessa, os índios fizeram-no prisioneiro, mas deram liberdade a Caramuru. Francisco Pereira Coutinho foi retalhado e servido numa festa antropofágica. Em 29 de Março de 1549 chegam, pela Ponta do Padrão, Tomé de Sousa, e comitiva, em seis embarcações: três naus, duas caravelas e um bergantim, com ordens do rei de Portugal de fundar uma cidade-fortaleza chamada do São Salvador. Nasce assim a cidade de Salvador, já cidade, já capital, sem nunca ter sido província. Todos os donatários das capitanias hereditárias eram submetidos à autoridade do primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa. Com o governador vieram nas embarcações mais de mil pessoas. Trezentas e vinte nomeadas e recebendo salários; entre eles o primeiro médico nomeado para o Brasil por um prazo de 3 anos: Dr. Jorge Valadares; e o farmacêutico Diogo de Castro, seiscentos militares, degredados, e fidalgos, além dos primeiros padres jesuítas no Brasil, como Manuel de Nóbrega, João Aspilcueta Navarro, e Leonardo Nunes, entre outros. As mulheres eram poucas, o que fez com que os portugueses radicados no Brasil, mais tarde, solicitassem ao Reino o envio de noivas. Talvez Tomé de Sousa tenha sido o primeiro visitante a apaixonar-se pelo local, como muitos após ele, pois disse ao funcionário que lhe entregou a notícia de que seu substituto estava a caminho: "Vêdes isto, meirinho? Verdade é que eu desejava muito, e me crescia a água na boca quando cuidava em ir para Portugal; mas não sei por que agora se me seca a boca de tal modo que quero cuspir e não posso". Após Tomé de Sousa, Duarte da Costa foi o governador-geral do Brasil, chegou a 13 de Julho de 1553, trazendo 260 pessoas, entre elas seu filho Álvaro, jesuítas como José de Anchieta, e dezenas de órfãs para servirem de esposas para os colonos. Mem de Sá, terceiro governador-geral, que governou até 1572, também contribuiu com uma grande administração. A cidade foi invadida pelos holandeses em 1598, 1624-1625 e 1638. O açúcar, no século XVII, já era o produto mais exportado pela colônia. No final deste século a Bahia se torna a maior província exportadora de açúcar. Nesta época, os limites da cidade iam da freguesia de Santo Antônio Além do Carmo até a freguesia de São Pedro Velho. A Cidade do São Salvador da Bahia de Todos os Santos foi a capital, e sede da administração colonial do Brasil até 1763.
O Pelourinho em 1900Em 1798, ocorreu a Revolta dos Alfaiates, na qual estavam envolvidos homens do povo como Lucas Dantas e João de Deus, e intelectuais da elite, como Cipriano Barata e outros profissionais liberais.
Em 1809, o Conde dos Arcos iniciou sua administração, a qual foi muito benéfica à cidade. Em 1812 ele inaugurou o Teatro São João, onde mais tarde Xisto Bahia cantaria suas chulas e lundus, e Castro Alves inflamaria a platéia com seus maravilhosos poemas líricos e abolicionistas. Ainda no governo do Conde dos Arcos, ocorreram os grandes deslizamentos nas Ladeiras da Gameleira, Misericórdia e Montanha.
Em 1835 ocorre a revolta dos escravos muçulmanos, conhecida como Revolta dos Malês. Durante o século XIX, Salvador continuou a influenciar a política nacional, tendo emplacado diversos Ministros de Gabinete no II Reinado, tais como Saraiva, Rio Branco, Dantas e Zacarias. Com a proclamação da República, e a crise nas exportações de açucar, a influência econômica e política da cidade no cenário nacional passa a ser cada vez menos importante.
Visão geral
Salvador, Praça Campo GrandeA cidade é um importante destino turístico do país. Quanto ao turismo internacional, fica atrás apenas do Rio de Janeiro em procura. O interesse pela cidade se dá pela beleza do seu conjunto arquitetônico e da cultura local (música, culinária e religião)
O turista que escolhe Salvador pode ir à praia pela manhã, fazer um passeio ao centro histórico à tarde, jantar em um dos bons restaurantes da cidade e ir dançar nos ensaios dos blocos de carnaval ou ao som de outros estilos musicais. Ou simplesmente aproveitar os atrativos de uma moderna metrópole.
Outro grande atrativo da cidade é o seu Carnaval, considerado a maior festa popular do mundo (o Guinnes book, em 2004, registrou o carnaval da Bahia como sendo o maior do mundo). Existem três formas de aproveitar o carnaval baiano, uma é associar-se a um dos blocos carnavalescos que são puxados por trios elétricos e isolados da multidão por uma corda, a segunda forma é ficar nos camarotes que estão distribuídos por todo o percurso da folia, e a terceira, é aproveitar a festa na conhecida "pipoca", que é o folião de rua que acompanha os trios elétricos fora das cordas de isolamento dos trios elétricos.
Formado por brancos, negros, índios e pardos, seu povo é alegre, criativo, musical e herdeiro de um rico folclore e de relevantes manifestações culturais. A cidade é reconhecida pela originalidade de suas manifestações musicais, culinárias, religiosas e luta marcial, além de ser berço de grandes nomes nas diversas áreas artísticas, com profundo destaque nacional e internacional.
Salvador é uma das principais metrópoles brasileirasOs ritmos musicais mais comuns da região são o Axé, o pagode, o forró, o arrocha e o samba. Mas há também um forte movimento de MPB e Rock acontecendo na Bahia, que vem atraindo a atenção dos produtores musicais brasileiros.
A cidade é berço de grandes artistas, e é cantada em prosa e verso por muitos cantores brasileiros e estrangeiros.
O clima é sempre quente, temperatura variando entre 23ºC e 35ºC, refrescado por uma agradável brisa oriunda do Oceano Atlântico.
Quanto aos aspectos étnicos, segundo dados divulgados pelo IBGE no censo demográfico de 2000, 23% da população é da cor branca, 20,4% da cor preta, 54,8% da cor parda, 0,3% da cor amarela e 0,8% de origem indígena. Salvador é a cidade com o maior número de descendentes de africanos no mundo, seguida por Nova York.
A cultura desenvolvida em Salvador, primeira cidade do Brasil, e no Recôncavo da Bahia, exerceu influência decisiva em outras regiões do país, e na própria imagem que se tem do Brasil no exterior. Desde o século XVII observa-se no estado uma dualidade religiosa: de um lado, a religião católica (de origem européia); do outro, o candomblé (de origem africana).
Já no século passado firmou-se o gosto do baiano - tanto o de origem abastada quanto o pobre - pelo epigrama (tipo de poesia satírica); pelas modinhas (poesia lírica musicada); e, também, pelos sermões religiosos, praticado desde Frei Vicente do Salvador e tendo seu ápice em Vieira.
A chegada dos africanos vindos do Golfo de Benin e do Sudão, no século XVIII, foi decisiva para desenvolver a cultura da Bahia como um todo. Segundo Nina Rodrigues, isso é o que diferencia a cultura baiana da cultura encontrada nos outros estados brasileiros. Nesses, os africanos que vieram eram, predominantemente, os negros bantos de Angola.
Os negros iorubanos e nagôs estabeleceram uma rica cultura nas terras da Baía de Todos os Santos. Pois que tinham religião própria, o candomblé; música própria, a chula, o lundu; dança própria, praticada no samba-de-roda; culinária própria, que deu origem à culinária baiana, inventando diversos pratos com base no azeite-de-dendê e leite de coco (tudo com muita farinha-de-guerra dos índios tupinambás e tapuias), e sobremesas, desenvolvendo o que veio de Portugal; luta própria, a capoeira, e o maculelê; vestimenta própria, aliando as já tradicionais indumentárias africanas às fazendas (tecidos) portugueses; e uma mistura de línguas, mesclando iorubá com português.
No século XIX, os visitantes começaram a cultuar a imagem da Bahia como de uma terra alegre, bonita, rica (por causa da cana-de-açúcar e das pedras preciosas das Lavras) e culta, que dava ao Brasil grandes intelectuais e Ministros do Gabinete Imperial.
Na década de 1870, as baianas começaram a migrar para o Sudeste do país em busca de emprego. E, assim, essas "tias" baianas foram disseminando a cultura da Bahia, vendendo acarajés em seus tabuleiros e gamelas, dando festas onde se dançava samba-de-roda (que, mais tarde, modificado pelos cariocas, iria resultar no samba como se tornou conhecido), desfilando suas batas e panos-da-costa pelas ruas da Capital Federal. Por isso, naquela época, chamava-se de baiana todas as negras bonitas, segundo afirma Afrânio Peixoto, no "Livro de Horas".
A partir da década de 20 do século XX, torna-se moda fazer músicas em louvor à Bahia. E houve grande polêmica quando o sambista Sinhô, contrariando, cantou que a Bahia era "terra que não dá mais coco". Baianos e cariocas, tais como Donga, Pixinguinha, Hilário Jovino Ferreira e João da Baiana, foram defender a Bahia.
A partir dadécada de 30, primeiro pelos romances de Jorge Amado e depois pelas músicas de Dorival Caymmi, ficou estabelecida ante o Brasil a imagem que se tem da Bahia, perdurando até os dias atuais.
Salvador possui um clima tropical , com chuvas no inverno e verão , chega as extremos de 21ºC no inverno e a 36ºC no verão , a máxima absoluta na cidade de salvador foi de 37,1ºC no dia 8 de janeiro de 1999 e minima absoluta de 18,9ºC no dia 5 de setembro de 2000.
Pontos de destaque
Elevador LacerdaEntre os seus pontos turísticos mais conhecidos estão: o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda, o Pelourinho, a Igreja do Senhor do Bonfim, o Farol da Barra, o Parque das Dunas, onde se encontra a Lagoa do Abaeté, a Ponta de Humaitá, o Farol de Itapuã, o Alto de Ondina, onde se encontra o Jardim Zoológico, a Marina da Penha, na Ribeira etc.